domingo, 12 de setembro de 2010

Penne com Shimeji (com Guido Brunetti)

Hoje tive de improvisar no jantar. Não foi, bem um improviso daqueles verdadeiros, em que tudo ocorre como que por acaso. Acaso existe? Foi um improviso anunciado e devidamente inspirado por Donna León e seu comissário veneziano: Guido Brunetti.

É verdade. Hercule Poirot está de férias. Desde o fim de "Os quatro Grandes" não dediquei meu tempo ao clube de leitura. R. tampouco. Redirecionamos nosso foco para outros interesses momentâneos. De minha parte, descobri e estou adorando os livros da Donna León com o comissário veneziano Guido Brunetti.

A verdade é que diferente de Poirot, que não tem família, que não tem sentimentos, que não sente fome, medo, angústia, felicidade, tristeza, e por aí vai, Brunetti - e tantos outros detetives modernos - são reais. Digo, reais até onde é possível ser real. Não que Poirot não seja fantástico: ele é terrivelmente lógico, irônico, auto-confiante. Mas é de outra geração. Essa é a verdade!

E, dentre tantas características, Brunetti gosta e conhece arte, tem uma família, uma esposa - Paola - e dois filhos: Raffi e Chiara. E sua mulher cozinha para ele ao final de cada dia: nos mercados de Veneza, compra tomates frescos, peixes, ervas, frutas da estação (pêssegos, por exemplo). As histórias de Brunetti são as histórias de um comissário que, em meio às suas investigações, se alimenta, e bem. E nos conta o que está a comer. Com muita satisfação descobri que há um livro:Brunetti's Cookbook - sobre as artes culinárias venezianas.

 Eis que na tarde deste domingo, curtindo o Guido, deparo-me com uma cena na qual ele se encontra com um primo de sua esposa, Paola, e na casa desse primo ele vai jantar. Num jantar tipicamente italiano - em um forte verão italiano - Guido se serve de um prato de penne rigatte.A descrição do prato e do prazer do comissário ao saboreá-lo foi demais para mim.

Pela manhã, eu comprei shimeji no mercado, e - durante essa leitura - lembrei que tinha um pacote de penne rigatte no armário. Tinha também agrião, um bom parmesão, molho de soja, manteiga, azeita e pimenta do reino, salsinha e cebola.

Tudo isso se transformou em um prato - até certo ponto improvisado, até certo ponto fruto do acaso, e em larga medida inspirado pelo Comissário Guido Brunetti - que exige os seguintes ingredientes:

- penne rigatte
- manteiga
- molho de soja
- cebola
- salsinha
- shimeji
- sal e pimenta do reino

Corto o shimeji em pequenos pedaços. Com uma folha de papel alumínio, preparo um papilote onde coloco o shimeji, manteiga, rego com (pouco) azeite, e molho de soja. Levo ao forno médio. Preparo o penne. Em uma frigideira, coloco azeite e uma noz de manteiga. Derreto a manteiga no fogo baixo. Acrescento a cebola até dourar. Quando estiver praticamente transparente, acrescento o shimeji já retirado do forno. (uma pimenta malagueta picadinha iria muuuuito bem). Adiciono o agrião mas não deixo murchar completamente. Acrescento o penne e misturo. Pimenta do reino a gosto. No prato, parmesão e um último fio de azeite.

Ótimo para essa noite quente de hoje!

Boa leitura!

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